Terça-feira, 31 de Maio de 2011

Como se não bastasse a comédia em exibição sobre comissões e outras falcatruas em exercício no futebol doméstico – e que metem ao barulho uns suspeitos originais – agora são as assistências a provocar alguma excitação, como se a baixa notórias das mesmas fosse uma enorme surpresa. Bastaria olhar para a qualidade do futebolzinho praticado pelos campos do país para não estranhar a fuga em massa do indígena de tão decadente espectáculo. E é claro que não foram apenas as assistências a decaírem abruptamente. A minha paciência para com o futebol, por exemplo, tanto encheu que também rebentou e os casos semanalmente visionados em directo fizeram-me tomar decisões drásticas: desligar o canal pago (o que me trouxe um extraordinário sossego aos sábados e aos domingos); prometer a mim mesmo não ver mais a selecção enquanto o Sr. Madaíl não desamparar a loja; e, finalmente, ignorar qualquer um dos programas insonsos que semanalmente se enchem de visionários e de mestres de táctica versados na nobre arte do futebol. Nunca me senti tão leve.



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Eisenheim: Everything you have seen here has been an illusion.

 

Não se espantem se o PSD chegar aos 40% e o PS não atingir os 30%. Há demasiada sondagem que não tem qualquer correspondência com a realidade: com a realidade que se vê e com a realidade que os portugueses vivem e sentem diariamente e que se consubstancia com a chegada ao bolso da crise alimentada pelo engenheiro. E quando a crise chega ao bolso, chega mais forte, mais intrusiva; torna-se mais íntima e com menos possibilidade de evasão ou de fuga. Daí que o resultado do próximo domingo, a verdadeira sondagem e a única que conta, terá muito que ver com este sentimento de impotência e de perda de poder de compra. A crise entrou nas casas dos portugueses. Não apenas a crise social e do desemprego, mas a crise da perda económica e do apertar do cinto que ninguém deseja. No domingo, quando todas as variáveis pesarem na equação, o engenheiro será certamente varrido do mapa por muitos daqueles que hoje ainda estão estranhamente indecisos. O empate técnico foi sempre uma ilusão inexplicável.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 17:04 | link do post | comentar

Segunda-feira, 30 de Maio de 2011

E. B. Farnum: "Separate rooms, I'll arrange that by tomorrow, but today I can't fix it, unless you kill a guest."

 

Com a campanha na recta final, a sensação de falta de esclarecimento é evidente. As televisões e os jornais resumem as actividades às boquinhas diárias entre os contundentes e o que fica não chega para explicar às pessoas o que está em causa no domingo que vem, talvez porque poucos tenham pachorra de verdadeiramente pensar. Certos jogos são assim do interesse de quem não tem interesse em explicar coisa nenhuma daí que, agora que caminhamos mesmo para o fim, se fique com a sensação de início: completamente à nora. Na verdade, apenas um partido quis, até agora, discutir o futuro do país. Todos os restantes limitaram-se a atacá-lo (sem apresentar alternativas) ou a falar de projectos irrealistas e sem qualquer fundamento. Destaque-se pela negativa o engenheiro que mantém em cena um amargurado número de sobrevivência desesperada e o estranho caso do Dr. Portas, dedicado à lavoura sem nunca ter pegado num ancinho, que vive num limbo em que acredita ir disputar um primeiro lugar.

Se à esquerda da esquerda, os senhores não contam, ou não deviam contar, tal as asneiras proferidas diariamente e que deviam assustar em vez de fazer sorrir, à direita (agora no dizer do Dr. Portas uma espécie de esquerda do PSD) o número é tão patético que chega a ser confrangedor no populismo bacoco e macilento. Fica o mentiroso compulsivo já escandalosamente identificado e o tipo honesto e sincero que quer e deseja o melhor para nós sem subterfúgios ou falinhas mansas. É impossível enganar-se.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:01 | link do post | comentar

A vidinha lá continuou marcada pela campanha com fim-de-semana, em cheio, pelos caminhos de Portugal. Ontem o Dr. Soares, por exemplo, veio dar o seu apoio a quem nos colocou neste nojo mas que é simultaneamente e nas palavras dele um homem com “uma experiência excepcional” e que tem “amigos na Europa”, referindo-se naturalmente ao nosso deslumbrado engenheiro. Sobre a experiência excepcional do homem estamos efectivamente conversados porque passar novamente por esta experiência é eutanásia reconhecida e, a cairmos na cilada, merecida. Quanto às amizades, relembremo-nos que a maior de todas elas começa a ser confortavelmente despachada para canto, sinal claro de que o socialismo em Espanha, e na Europa dita civilizada, é causa, por ora, perdida. Sente-se então que o vírus socialista é claramente contagioso porque a negação da realidade já não é tarefa exclusiva do engenheiro nem dos seus indefectíveis. O Dr. Soares, que é um histórico, também optou pelo caminho facilitista por razões que só ele poderá esclarecer. Mas no meio da aventura, o Dr. Soares acabou perdendo o que lhe restava da dignidade, da presença e da autoridade. Um fim previsível para quem nunca quis, ou não soube, sair da ribalta.



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Sexta-feira, 27 de Maio de 2011

 

Shane Vendrell: So, we cause a triple murder before breakfast, start a race war before dinner - that's uh, that's a pretty good day.

 

Estranha-se que ele não exija verdade ao governo ao qual pertence, antes preferindo exigir esclarecimentos sobre coisas às quais a generalidade do mundo é totalmente alheia. Esta lógica de confronto excessivo, esta tentativa de arrastar na lama gente inocente, é um dos instrumentos preferidos do senhor que antes se vangloriava de adorar “malhar na direita” quando presidia àquele sinistro ministério dos assuntos parlamentares. Pensar sequer que esta criatura pode continuar a fazer parte de um governo é angústia que não se recomenda.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 17:17 | link do post | comentar

 

Nate: Why do you treat me like shit all the time, Brenda?
Brenda: Because I've had a really fucked-up life and I need sarcasm to hide how ridiculously miserable I am!

 

A polémica reinstalou-se mas, e certamente para a crise em que estamos, ela não é mais do que um simples artifício para se iniciar mais uma batalha totalmente desnecessária. A táctica é aliás usual e costumeira dos inescrupulosos que por aí vegetam à conta destas pantomimas: atira-se uma casca de banana, espera-se que o incauto (dentro da sua boa vontade e sinceridade) escorregue e, depois, salta-se em cima espezinhando quem está por baixo. Não vale a pena bater tanto no ceguinho e muito menos fazer disso uma acção de extermínio da sua faceta moral. A questão é tão infantil que chega a ser abusiva na maneira como se intromete numa campanha eleitoral onde o que está em causa é penalizar quem nos conduziu a esta derrocada e encontrar uma saída menos penosa para esta comédia que teima em não sair de cena. Se andarmos todos aqui entretidos com este pechisbeque político, não temos depois modo de perceber o que verdadeiramente importa neste Portugal contemporâneo. É porque enquanto andamos nas questões laterais, o engenheiro caminha, a seu bel-prazer, pelos pingos da chuva das suas responsabilidades. Depois não se queixem. Os avisos nunca faltaram.



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Quinta-feira, 26 de Maio de 2011

O provável futuro primeiro-ministro mantém a bitola elevada. Traz o discurso para o campo das ideias e das possibilidades em aberto e não dá nada como garantido, até porque o nosso futuro colectivo depende efectivamente de colocarmos em causa o que temos e decidirmos para onde queremos ir e como queremos ir. Claro está que a esquerda incomodada com o assunto que saltou (uma simples pergunta num simples programa de rádio) para cima da mesa – o aborto – e altiva em aplicar os seus princípios morais à força da lei aos rebanhos que pensam diferente, aproveitou a deixa para criticar as palavras e as intenções falando em retrocesso civilizacional, a ladaínha usual. Coitada desta gentinha para quem o mundo é branco ou preto e sem qualquer sal, porque este assunto até é mesmo mínimo no seu alcance. Na realidade, se há por aí muitos que querem transformar esta campanha num inusitado e gigantesco aborto é coisa que já não devia admirar. Afinal, a falência evidenciada começa no exacto momento em que mal tendo ar para respirar, andamos mais preocupados com a roupa que vamos vestir. Que a esquerda alimente este dito "retrocesso civilizacional" é mero pormenor.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:34 | link do post | comentar

Quarta-feira, 25 de Maio de 2011

A bola jogada foi-se, mas a que não se joga, desgraçadamente ficou: contratações de treinadores e jogadores, casos habituais de fim de época, férias das estrelas e mais meia dúzia de irrelevâncias. Eis o que nos alimenta por estes dias de enorme transtorno no fabuloso mundo da bola lusitana.

O povo adora esta mixórdia de lugares comuns e de ideias papalvas, ao mesmo tempo que se embevece, por exemplo, a olhar para os rapazinhos que mamando aos milhares e aos milhões se passeiam entre os comuns mortais. Três jornaizinhos diários exigem total incumprimento das regras mínimas de decoro e fazem manchetes de corar de vergonha os já vermelhos de raiva. Infelizmente, não há fuga possível desta  bandalheira. Talvez porque viver alienado possa ser mesmo uma boa solução.



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Enquanto as sondagens teimam em não desfazer empates técnicos que apenas momentaneamente deixam de o ser, a vida segue a sua inexorável caminhada. Por certo sem grandes alaridos nesta época em que ficamos com a sensação de que contamos muito pouco para a resolução deste monumental sarilho. Mas a vida não se compadece com os nossos empates e muito menos com as nossas inusitadas, mas também legítimas, dúvidas porque há essa inultrapassável realidade que elimina esta fantasia em que adoramos viver e da qual não nos queremos libertar. Depois do dia 5 de Junho, quando esta campanha feita para ajudar quem não precisa de ser ajudado decidir o que houver para ser decidido, entraremos num novo mundo que certamente nunca desejamos. Que ainda o façamos com os mesmos tipos que nos levaram ao precipício, como parece ser hipótese, é assunto para ser analisado e julgado pela história que for escrita. Porque se o objectivo foi sempre alcançar um fim bíblico, então estamos seguramente no bom caminho.



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Terça-feira, 24 de Maio de 2011

O engenheiro quer gentilezas porque quer saber quem paga as contas da saúde. Bastaria olhar à sua volta e ver a ruína que nos lega (78 mil milhões de euros de empréstimo, para começar) depois de seis anos de continuada e acelerada decadência para, sensatamente, evitar mais alaridos e desnecessárias chamadas de atenção. Há tipos que nem a meio do incêndio sentem o calor das chamas e muito menos a fúria perigosa do radicalismo que semearam e que agora arde. No caso em apreço, a coisa seria mínima se não estivéssemos a falar de um candidato a primeiro-ministro. Mas como o engenheiro é mesmo candidato a coisa para além de burlesca é redundantemente comovedora. Será que ninguém lhe explica?



publicado por Bruno Miguel Macedo às 15:15 | link do post | comentar

Ajudaria muito se falássemos do que interessa em detrimento de entrar no jogo do adversário. As nomeações são o que são porque nunca houve, no PS ou no PSD, a capacidade de pôr cobro a uma pouca-vergonha instituída e aceite solidariamente pelas cúpulas que mandam. Mandar agora uns piropos sobre o assunto, pode ser popular mas não vale um vintém de tempo perdido quando andamos por lá e nunca nos predispusemos mudar as coisas. Mas agora, quando se regressar ao poder, e se ainda houver interesse, tudo isto se resolve de forma transparente e sem levantar grandes dúvidas. Basta vontade.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 10:48 | link do post | comentar

Segunda-feira, 23 de Maio de 2011

Se dúvidas houvesse do sarilho que nos espera, elas ficam imediatamente desfeitas aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e, finalmente, aqui. Sem mais ilusões.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 14:38 | link do post | comentar | ver comentários (1)

 

Agora que a bola se finou, os portugueses voltam ao seu quotidiano onde nada efectivamente mudou. Apenas, dizem, começou uma campanha para primeiro-ministro, onde há que destrinçar duas atitudes que deviam ser perfeitamente claras: as responsáveis e as irresponsáveis. Não sendo possível, ficamos com duas semanas em que o importante será sempre procurar a gaffe, a boca, o comentário menos abonatório, os beijinhos às peixeiras e os abraços aos agricultores. Por um voto se perde, por um voto se ganha. Mas as ideias, o sumo da questão, ficarão de fora a não ser que sejam incendiárias, polémicas e comunicacionalmente atraentes. Como poucos arriscam, a campanha tornar-se-á num mero matraquear de ideias balofas, muitas delas feitas e pouco originais, ou num pingue-pongue entre nulidades políticas. Se muitos portugueses continuam indecisos e com dúvidas a pouco menos de duas semanas do fim deste suplício, por certo a campanha não servirá para esclarecer estes portugueses porque o enredo, como está, só facilita o ruído e a vida daqueles que não se preocupam verdadeiramente com as coisas, nem em esclarecer coisa alguma. Na realidade, o grande risco que corremos, é conseguirmos ficar ainda pior do que estamos. O que não sendo despiciente, é insolitamente aterrador.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 14:11 | link do post | comentar

Há uma grande diferença na postura de alguns candidatos. Bem podem andar a deambular e a falar mais das propostas dos outros do que das suas, mas a realidade é bem diferente do que por aí argumentam alguns dos feirantes na caça ao voto. A grande maioria dos candidatos anda nisto com paninhos quentes, sem apresentar nada de polémico ou convenientemente mais interessado em não se prejudicar com mal-entendidos ou com as corporações. Mas o líder do PSD demonstra ter coragem mesmo em momentos que não aconselhariam polémicas desnecessárias ou palavrinhas incendiárias. Se isso ainda tem o condão de resultar em ataques vergonhosos, quer de jornalistas quer da oposição às suas ideias e propostas, paciência. Porque o mais importante na política actual é não continuar neste maldito jogo de ilusões em que o essencial é confortavelmente deixado para trás pelo acessório. E é melhor um político autêntico do que qualquer vendedor de banha de cobra. Até porque o estado actual das coisas não recomenda mais aventuras.

 

PS: Quem assisitu ao debate entre os dois principais candidatos, e que seja intelectualmente honesto, sabe que Pedro Passos Coelho saiu-se muito melhor do que José Sócrates. Assim, é hilariante ver como muitos se esforçaram por ver ali um possível empate ou mesmo uma patética vitória do engenheiro, com o intuito óbivo de tentar equilibrar a balança e manter tudo em suspenso. Certos papeizinhos menores, são perfeitamente dispensáveis.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 00:09 | link do post | comentar

Domingo, 22 de Maio de 2011

A série da foto é da autoria de Daniel Costelle e Isabelle Clarke e relata o cataclismo da II Guerra Mundial. “Apocalipse” tem imagens restauradas e a cores, e conta-nos, ao longo de seis episódios (mais algumas horas de extras), a história da maior hecatombe jamais provocada pela loucura do Homem. No fim, 50 milhões de vítimas – as vítimas civis foram inacreditavelmente o dobro das vítimas militares – espalhados pelos 4 cantos do mundo numa guerra sem paralelo. De visionamento obrigatório.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 23:25 | link do post | comentar

Quinta-feira, 19 de Maio de 2011

No dia do fim da liga da Europa, que consagrou um novo e absoluto gigante europeu, este homem, o meu escritor favorito, continuou a papar prémios.  Ontem devia ter dedicado aquelas duas horas de modorra futebolística do que se presumia ser uma final entre equipas portuguesas, a ler  o mestre, porque isso teria sido sinal de inteligência da minha parte e de desapego emocional deste futebol que só me consome.

Tento assim, e desesperadamente, não voltar a ser apanhado nesta teia indecorosa em que Portugal ganha porque lá temos duas equipas portuguesas treinadas por dois portugueses e as televisões se enchem do mais profundo vazio e de repórteres de costumes. Pena que a tacinha seja de segunda linha e pena que agora, à chegada do FC Porto ao aeroporto do Porto, o que mais salte à atenção seja o grito “SLB SLB FDP SLB”. Edificante e esclarecedor sobre a motivação de certa gente. Amanhã e depois, quando o povinho despertar para o pesadelo em que nos mantemos, por certo agradecerá o circo que por um momento o afastou da parcimoniosa realidade. Mas quando tornar a dar de si, perceberá que aquilo é só uma bola que alimenta muito ego pago com ordenados vergonhosos. Não passa disso. Nunca deveria ter passado disso.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 18:43 | link do post | comentar

Há coisas que não deviam merecer um mínimo de atenção, nem o mais leve comentário. Mas sempre se gostaria de saber o que teria acontecido ao Von Trier se a sua admiração se inclinasse para os vermelhos que eliminaram, aos milhões, os seus incómodos, sem o mínimo remorso e condenação. Estranha-se nestes moldes, que a liberdade de expressão seja permitida ou intolerável consoante a barricada de onde sai o tiro de canhão rumo ao ridículo ou aos quinze minutinhos de fama acrescida. Von Trier acabou por pedir desculpa pelo seu delito de opinião, talvez sem querer atingir um verdadeiro perdão. Mas muitos dos que lhe saltaram em cima continuam, certamente, a exibir indumentárias com imagens e símbolos de assassinos comprovados e a passear-se pelas ruas como se andassem em acções de charme. Na contabilidade dos assassinos de massas, uma vítima é uma vítma e vários milhões delas, não são mera estatística, como diria o maior deles todos. Pena que para metade do mundo, a concepção de vítima dependa da mão que segura a metralhadora e do dedo que prime o gatilho.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 18:18 | link do post | comentar

Terça-feira, 17 de Maio de 2011

Todos sabemos que as extraordinárias Novas Oportunidades do Eng. Sócrates serviram para criar, artificial e estatisticamente, um país qualificado capaz de ser apresentado em reuniões com gente civilizada. Claro está que o regabofe no ensino conta pouco, uma vez que o importante é dar e obter títulos, nem que seja pela porta do cavalo ou pela experiência sortida do candidato que não estudou em tempo útil. Daí não se compreender as duras críticas a Pedro Passos Coelho quando este usou a terminologia correcta: as novas oportunidades são uma “credenciação à ignorância”, consumada, promovida e alimentada pelo Estado, há que acrescentar.

O Eng., que aproveita todas as deixas para salivar, acha a crítica do líder do PSD às Novas Oportunidades um insulto aos 500 mil portugueses que já beneficiaram desta originalidade. Não lhe passou pela cabeça entender a coisa no seu exacto contrário: que o programinha é um insulto claro, mas a quem se esforça e, abnegadamente e sem favores, obtém com mérito as suas qualificações. Mas vindo de quem vem, não estranhemos que certos facilitismos façam escola. Ou que façam universidade, se preferirem. Com certa gente não se aprende nada. Talvez seja esse o seu único objectivo.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 17:05 | link do post | comentar | ver comentários (1)

O debate de ontem foi mais um dos que não fazia falta. De um lado, a vitimização do costume; do outro, a retórica balofa arquivada nos livros de história. Não valeu nada. Não podia valer nada. Continua a ser complicado encontrar motivos de interesse em debates demasiado preparados e fantasmagoricamente vazios. Ali pouco se discute porque a nobre arte está agora nas mãos das agências de comunicação que esvaziaram a política e meteram-lhe palha. Assim, tudo isto de pouco serve ainda para mais quando olhar para o animal feroz é tarefa cada vez mais penosa.

Mas o que fica de ontem, a única coisa que sobra deste jogo monótono, é o aviso perigoso do nosso ainda primeiro: mesmo acossado, isolado e sem ninguém com quem se coligar, o Eng. Sócrates disse claramente que o vencedor terá de formar um governo. A sua estratégia é agora cristalina porque o que está em causa é esta sua obsessão em querer dividir para reinar: à esquerda rouba votos aos alienados políticos que vivem num passado criminoso; à direita espera que o CDS cumpra com a sua função e que roube os votos decisivos ao PSD. O aviso ficou em cima daquela mesa, sem tirar nem pôr. Esperemos que haja inteligência suficiente para não cair nesta esparrela.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 15:53 | link do post | comentar

Segunda-feira, 16 de Maio de 2011

 

O humor tem muitos artifícios e variações. Mas o mau gosto inerente à coisa não se discute porque gostos efectivamente não se discutem e há certas carolas com quem não convém mesmo discutir. Contudo, seria bom que um serviço público de televisão fizesse mesmo serviço público de televisão e deixasse de empreender lamentáveis odisseias humorísticas cujo alcance a inteligência e o bom senso não conseguem descortinar. Com tanta gentinha esperta e bem paga que deambula por aquela casa, deve haver alguma alminha capaz de produzir uma ideia aceitável ou um argumento original, já que a boa crítica de alguns especialistas não apaga a mancha que aquilo é: um nojo indescritível e um extraordinário trunfo para os que defendem a sua privatização.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 12:07 | link do post | comentar

Publius Cornelius Tacitus
To ravage, to slaughter, to usurp under false titles, they call empire; and where they made a desert, they call it peace.
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