Sexta-feira, 29 de Julho de 2011

Em matéria de leituras, devo confessar que é o meu estado de espírito o que mais me influencia nas escolhas que humildemente me ouso fazer. Não importa se é novo ou velho: mas importa entender o que se lê e o que se tira dali. Estes, por exemplo, serão leitura obrigatória para as férias, altura em que faço questão de diminuir as pilhas de espera que se acumulam pela casa. Como vêem, são escolhas muito diversificadas: um mestre da espionagem, um historiador reconhecido, um romancista espanhol de 41 anos que recentemente descobri e por quem me fascinei e uma escritora de policiais, sueca, que ao acaso decidi conhecer por causa do sucesso que outros suecos têm neste género, como Henning Mankell, Stieg Larsson ou Camilla Läckberg, autores que já conheço. E repito: são apenas escolhas.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 17:13 | link do post | comentar

No seu primeiro debate quinzenal na AR, o primeiro-ministro anunciou mais um conjunto de medidas que representam mais um passo determinado na prossecução de um objectivo maior. O importante é que as coisas tenham, para além de efeito mediático, um verdadeiro significado na máquina burocrática do Estado e na redução da nossa apocalíptica despesa pública. E não interessa se são recuperadas ou originais. Quando se trata de boas ideias políticas, a única paternidade que se admite é a paternidade da boa execução. Para que não fiquemos apenas pelo caminho da determinação e da vontade. Que, como muito bem nos lembramos, não nos levou a lado absolutamente nenhum.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:42 | link do post | comentar

Este mundo cão promove formas desumanas de singrar e de vencer na vida. É esta infeliz constatação que faço quando dou por mim a imaginar o horror por detrás destas notícias e a reflectir sobre a verdadeira natureza humana. Não há aqui qualquer possibilidade de redenção. A exploração da desgraça alheia tem de ser fortemente denunciada e exemplarmente punida. Como foi possível a comunicação social chegar a este ponto? Quando foi que nos esquecemos de colocar um travão na descida aos infernos dos dramas humanos e da sua exploração? Não consigo imaginar o tipo de gente capaz de ir tão longe e ao mesmo tempo tão baixo. Tudo isto apenas pelo dinheiro? Não têm perdão.



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Segunda-feira, 25 de Julho de 2011

 

As grandes séries do momento – “Boardwalk Empire” e “Mad Men” – estão devidamente nomeadas para os Emmys, os oscares das séries americanas. Mas a grande surpresa poderá vir de “Game of Thrones”, adaptação da primeira parte da epopeia criada por George R. R. Martin, As Crónicas de Gelo e Fogo, livros que muito recomendo. Realce-se também “Dexter”, com um brutal Michael C. Hall no papel principal, e a por cá menos conhecida “Friday Night Lights”, sobre uma equipa de futebol americano de liceu. O mercado das séries floresce e mantém-se assim na liderança da inovação televisiva graças à criação de argumentos complexos, ao desenvolvimento de personagens espantosamente sólidas e aos pormenores de realização e de produção deliciosos. Num mundo onde pontifica um certo gosto pelo efémero, e por um género de frugalidade que pouco acrescenta, é na grande ficção televisiva que encontramos, muitas vezes, a profundidade das grandes questões sobre a vida. Bem hajam.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 15:33 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Com o aproximar das eleições decisivas para o nosso futuro colectivo, há que separar o trigo do joio e entender o que está em causa na nossa Região. De pouco adiantam as operações de marketing ou as auto-adjectivações porque publicidade paga é sempre publicidade paga. Mas a natureza humana continua a ser um insondável mistério: depois de anos e anos de pesadas derrotas, a oposição madeirense resume hoje a sua estratégia eleitoral à reintrodução de uma figura cujo único atributo conhecido é ser inimigo declarado dos direitos dos madeirenses. Perante este cenário, que alguns têm por idílico, há afinal uma escolha extraordinariamente simples: de um lado, temos os autonomistas liderados por Alberto João Jardim e, do outro lado, temos os anti-autonomistas incomodados com o desenvolvimento da RAM. Convenhamos que é praticamente impossível enganar-se.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 15:30 | link do post | comentar

A alguma da política doméstica, interessará a piadinha sem piada, a tirada sem sentido e, no caso concreto do próprio Dr. Seguro, o desviar da barafunda interna que silenciosamente se prepara. Mas as larachas podem ser engraçadas ou não ter piada nenhuma, um pouco à semelhança dos brindes da kinder surpresa. Para quem sempre viveu numa redoma convenientemente protegido do ambiente hostil, o Dr. Seguro começa agora a chocar de frente com a realidade das coisas mesmo sérias e dos homens duros que não lhe permitem a brincadeira fácil e muito menos o jogo do toca-e-foge. E agora que as coisas chegam adentro convém que ele perceba rapidamente que nem sempre as frases giras caem bem e que não se deve preparar duelos de pistolas treinando com canivetes. Por razões evidentes, fica o aviso. E aqui não se dão facilidades.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 11:57 | link do post | comentar

O PS escolheu o seu novo líder. Com uma vantagem confortável, o Dr. Seguro chegou ao fim dos seus objectivos políticos e tornou-se líder do seu partido de sempre, situação normal se atendermos às circunstâncias em que estas eleições se disputaram. Mas a vida lá fora é diferente e não vive de romantismos. O Dr. Seguro, como boa fraude que é, e que sempre foi, vai ter agora de lidar com um partido vazio de poder e a necessitar de uma purificação interna depois do ocaso de Sócrates e da derrocada eleitoral recente. Ele arrancou bem da linha da frente e não deu hipóteses aos seus contundentes. Mas numa prova de resistência, sabemos todos, inclusive ele, conta quem chega primeiro, não quem arranca melhor.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 11:44 | link do post | comentar

Este blogue anda em serviços mínimos. Mas segue dentro de momentos.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 11:38 | link do post | comentar

Terça-feira, 19 de Julho de 2011

A crise na Europa não é despiciente e anuncia parte dos maus caminhos trilhados nos últimos anos. O ocaso das lideranças, a contumaz imposição do topo à base e um certo irrealismo de um projecto - quase exclusivamente económico - construído demasiado depressa, não auguram saída pacífica para tão sério impasse. Há que estar atento. E preparado. A Europa, como a conhecemos, poderá nunca mais vir a ser a mesma.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:09 | link do post | comentar

Segunda-feira, 18 de Julho de 2011

Mais um livrinho de um autor recentemente descoberto e que muito recomendo.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:45 | link do post | comentar

Certas considerações são despropositadas. E ficam naturalmente mal naqueles que nem tentam disfarçar as suas responsabilidades em assuntos periclitantes. Isto vindo de um candidato a líder, ex-presidente do grupo parlamentar que sustentava um governo que passou metade do seu tempo a mentir e a outra a mascarar a realidade, merece um claro repúdio e uma chamada de atenção. O Dr. Assis não sabe no que se mete e fica clamorosamente mal na fotografia. Não devia valer tudo na malfadada caça ao voto.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:31 | link do post | comentar

O terreno continua devidamente armadilhado porque ninguém se deu ao trabalho de fazer o que devia ser feito: esclarecer integralmente qual o real estado da contabilidade pública legada pelo engenheiro e seus correligionários. Como não o fizeram, agora de pouco adianta chover no molhado e não se fazer ao caminho. A esperança é que as pessoas aceitem os sacrifícios entendendo o que está em causa porque tudo lhes é correctamente explicado. Depois do estado de graça, não adiantará servir novos paliativos disfarçados de ignorância situacional ou desculpabilizados por espíritos exteriores. A vida é no fundo demasiado curta para tanta história mal contada e os portugueses já não engolem mais patranhas ou desconsiderações. Agora é meia bola e força. Vamos todos para o mesmo lado.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 15:46 | link do post | comentar

Quinta-feira, 14 de Julho de 2011

O resultado do desastre não deveria espantar ninguém. O problema está mesmo em descobrir as várias origens que minam toda a confiança num sistema de ensino desolador que para além de não educar grande coisa, muito menos ensina, aparentemente, alguma coisa de jeito. Esta cultura do facilitismo estende-se depois a todos os níveis da sociedade não se podendo exigir às pessoas aquilo que elas não sabem, ou não podem, por si mesmas exigir. Surge então parte do tal problema estrutural que condiciona todo o nosso desenvolvimento. E parte deste nosso problema precisa de cura para pelo menos vinte anos, o tempo necessário para que novas gerações, convenientemente preparadas, sejam capazes de introduzir uma mudança satisfatória na nossa vivência colectiva. Porque já não é possível suportar mais tanto e desnecessário remendo.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 12:11 | link do post | comentar

Quarta-feira, 13 de Julho de 2011

Por certo, o Dr. Maximiano, que ontem deambulou a pedinchar por Bruxelas, vive num rudimentar problema amnésico, seis anos depois de ter aprovado leis contra o povo que diz agora querer defender. É enternecedor ver esta ténue tentativa de querer apanhar alguém distraído. Mas os largos milhões que entretanto se foram não mereceram ainda um mínimo comentário, o que ilumina a sempre popular tese de que a lata conserva.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 10:52 | link do post | comentar

Segunda-feira, 11 de Julho de 2011

Sente-se, nestes tempos estranhos, uma brutal perseguição aos políticos baseada nas ideias fáceis que querem fazer deles (dos políticos) os únicos culpados e os bodes expiatórios de toda a situação. Ou seja, ficamos com a ideia de que entramos numa espécie de populismo ao contrário: um populismo não utilizado a favor dos políticos, mas utilizado contra os políticos. Não deixa de ser admirável esta mudança de padrão consagrada por alguma psicótica elite intelectual que hoje em dia opina sobre o que sabe e sobre o que não sabe e que, simultaneamente, se torna popular junto de algumas camadas sociais porque sonega o essencial: não há democracia sem partidos políticos. Convém então ter cuidado porque certas caçadas apenas pretendem fazer das supostas vítimas novos e presumíveis carrascos e porque há demasiada gente a pregar a liberdade e a libertação face aos políticos que não sabe (ou sabe bem demais) do que fala. Mas quando a água já está pelo pescoço, é imperioso que os políticos não baixem mais a cabeça. Fomos todos avisados.

 

Publicado no Jornal da Madeira de 9 de Julho de 2011



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:38 | link do post | comentar

O tempo passa decidido e não nos dá tréguas nem nos deixa aprofundar mais as ilusões. As notícias que diariamente ganham vida nunca são muito animadoras, mas há ainda, felizmente, um povo capaz de depositar esperança numa mudança profunda e efectiva do nosso país. É por isso que há no PSD e no CDS/PP a responsabilidade acrescida dos grandes momentos: dos momentos que ganham significado na história e que são reconhecíveis como períodos que iniciaram épocas marcantes. Mas há também, é preciso não esquecer, o forte compromisso do PS selado nos acordos assinados e que nos salvaram de uma bancarrota iminente. Os três partidos em conjunto somam mais de 200 deputados em 230 possíveis, números avassaladores e números capazes de trazer ao país uma nova dinâmica política depois da remoção pacífica do anterior chefe do governo. O que está em causa não é, nestes moldes, uma simples legislatura ou a mera distribuição de umas pastas ministeriais interessantes. O que está em causa é o nosso futuro enquanto povo e a imperiosa necessidade de um entendimento entre gente responsável que nos impeça de reviver de perto a tragédia grega. Assim, para além de, e com urgência, ser necessário revolucionar as contas públicas nacionais, há que rever a constituição e reformar, sem mais delongas ou hesitações, a educação, a justiça, a economia, o sistema fiscal, a administração pública e as indispensáveis relações com as Regiões Autónomas. Tudo junto temos à nossa frente um novo e verdadeiro desígnio nacional, amplamente legitimado pela votação maciça dos portugueses. O tempo é assim para políticos e para políticas; não para politiqueiros ou para politiquices. E se andávamos todos fartinhos da comédia há demasiados anos em cena, esta é a nossa última, e fatal, oportunidade. Não a desperdicemos.

 

Publicado no Jornal da Madeira de 9 de Julho de 2011.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:24 | link do post | comentar

O que está a matar a política na Europa (e em parte nos EUA) é o relativismo associado ao politicamente correcto e uma certa ideia de que o conflito (verbal) é desnecessário. Não é à toa que a mediocridade política reinante se agarra exclusivamente ao seu horizonte eleitoral e não vive para além do mediatismo comunicacional. Mas a realidade é a realidade. E ela não muda com cosmética nem com palavras dissimuladas.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 10:26 | link do post | comentar

Quinta-feira, 7 de Julho de 2011

Prof. Lodz: "Have you seen my bear?"

 

No “Liberdade 2011”, um acampamento para jovens do BE entre 20 e 24 de Julho, o Dr. Portas vai falar sobre as “Revoluções Árabes”, o Dr. Soeiro pretende descobrir “de onde vem e para onde vai [o Bloco]”, o Dr. Louçã quer uma aula de matemática sobre “Quantos pobres são precisos para fazer um rico?” e o Dr. Fazenda, finalmente, vai propor um jogging sobre “Socialismo é um desporto de combate”. Isto nas partes da manhã, porque à tarde os dias serão preenchidos com discussões à volta do FMI, da educação, dos LGT, do feminismo, da austeridade, da sexualidade e de workshops sobre material diverso que pretende no fundo ensinar os jovens a serem subversivos vivendo à custa dos pais e sem tomar banho.

Houve tempos em que o Bloco era mais explícito e perdia tempo a ensinar estratégias de guerrilha e a produzir cocktails molotov. Mas agora com metade do peso eleitoral e metade do dinheiro, não se recomenda a destruição do pé de milho alheio e muito menos a escaramuça gratuita com a autoridade. Na verdade, este acontecimento demonstra bem a irrealidade a que alguns teimosamente se agarraram e a irrelevância política desta trupe enlouquecida. Desconfio que o Bioparque não sobrevive a tanto alienado.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 17:48 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Quarta-feira, 6 de Julho de 2011

Os partidos de extrema-esquerda, mais os seus filósofos e teóricos, passam parte do seu tempo a justificar o seu passado (ou a negá-lo) com o intuito de fazerem algum sentido no presente e assim reprometerem um futuro utópico (que não poderá nunca ser diferente do seu sangrento passado). Marx pode ter absoluta razão: a história repete-se. Primeiro como tragédia e depois como farsa. Basta não termos aprendido nada.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 11:15 | link do post | comentar

Terça-feira, 5 de Julho de 2011

 Al Swearengen: "Don't forget to kill Tim."

 

Esta história anda mal contada desde o início. Assim que uma cabala é desmontada, parece que surge logo outra com força igual ou superior. Há qualquer coisa em tudo isto que nos faz pensar duas vezes: se é o personagem que tragicamente as atrai por culpa própria ou se é o poder do personagem (aliado a algum tipo de comportamento) que o coloca no centro das atenções. Ainda assim, esta história tem quase dez anos. Não são dez meses ou dez dias: são dez anos. Como se espera tanto tempo para avançar é situação que por agora nos escapa, mesmo não lhe retirando qualquer legitimidade.

Houve tempos sombrios que ficaram conhecidos porque uma estagiária americana optou por guardar um vestido sujo em detrimento de lavá-lo. Nesse tempo iniciou-se uma perseguição sem precedentes que acabou a discutir o que são relações sexuais. Esperemos que desta vez não seja preciso esclarecer o que é “um chimpanzé com cio”. Não é necessário ir tão não longe. Nem descer tão baixo.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 10:14 | link do post | comentar

Publius Cornelius Tacitus
To ravage, to slaughter, to usurp under false titles, they call empire; and where they made a desert, they call it peace.
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