Quarta-feira, 22 de Agosto de 2012
Nas páginas do Correio da Manhã, o meu jornal diário favorito, a novela levada a efeito por uma Luciana Abreu (asseguram-me que cantora) e por Yannick Djaló (espécie de futebolista) mantém-se em alta. Por entre acusações de roubos de carros e assaltos a casas, os dois, qual deles o mais idiota, lavam na praça pública o que deviam resolver no domínio privado. O caso não teria, para mim, qualquer re
levância se pelo meio não existissem duas filhas - Lyonce Viiktórya (!!) e Lyannii Viiktórya (!!!) – evidentemente a mais nesta historieta de mau gosto, cujos nomes recebidos dizem tudo sobre a capacidade do casalinho em lidar com coisas sérias.
Se o casalinho fosse de outras posses e menos mediático (ainda que idiota em igual proporção) a Comissão de Protecção de Menores já teria, seguramente, batido à porta, acabado com a discussão e colocado as meninas de nomes infelizes bem longe de tão degradante espectáculo. Só que neste país as coisas funcionam para os pobres de uma forma e para os ricos de uma outra bem diferente. Na verdade, é óptimo ser-se rico, jovem e, dizem, bonito, para se encher páginas de jornais de mediocridades confrangedoras, ao mesmo tempo que se mostra ao mundo a nossa admirável inépcia em lidar com a vida e com esse mesmo mundo. E se o dinheiro, no fim das contas, não é tudo, reconheça-se que ele sempre ajuda a empobrecer a nossa consciência colectiva e a enriquecer o Correio da Manhã. Certamente que a Lyonce e a Lyannii, coitadas, agradecem.
Quinta-feira, 2 de Agosto de 2012
A polémica nos Jogos Olímpicos instalou-se com a desqualificação de quatro duplas de senhoras no badminton. As razões para a exclusão são simples: as atletas em causa perderam propositadamente com o intuito de evitar emparelhamentos complicados na segunda fase da competição, em que a mesma é a eliminar. Não tendo qualquer cabimento que no desporto se perca de propósito, embora eu consiga entendê-lo na óptica da estratégia, espero que o mesmo critério se aplique aos restantes desportos. A começar por todos aqueles em que a “gestão de esforço” é feita de forma descarada e em nome de uma suposta rotatividade de plantéis, muitas vezes para também evitar emparelhamentos indesejados com equipas de grupos adversários. Ou então, quando certas e determinadas equipas, arredadas dos seus objectivos, se apresentam com equipas de segunda linha, o que, vendo bem, também põe em causa a “verdade” desportiva. Quando se abre uma caixa de Pandora, é bom que estejamos preparados para as suas consequências.
Quarta-feira, 1 de Agosto de 2012
Uma chinesa de 16 anos, Ye Shiwen, ganhou a medalha de ouro dos 400 metros estilos com recorde do mundo (e ainda ontem fez o mesmo nos 200 metros estilos, só que sem recorde do mundo). Uma lituana de 15 anos, Ruta Meilutyte, ganhou a medalha de ouro nos 100 metros bruços. E uma americana de 17 anos, Missy Franklin, fez o mesmo nos 100 metros costas. Porque é que a chinesa é suspeita de utilizar doping e as outras não?