Quarta-feira, 26 de Março de 2014
Um diz que há uma "agenda oculta". O outro responde que agenda oculta tem ele. A política, pelas ruas da amargura, diverte-se diariamente com este pseudo-diálogo entre os dois maiores partidos portugueses, um género de ping-pong sem sentido ou convicção. Nem um, nem outro estão interessados em outra coisa que não seja sobreviver. A qualquer preço. A qualquer custo. Parabéns aos dois.
Se foi o modelo de Keynes (e de Krugman) que nos trouxe aqui, ainda não percebi como é que vai ser o modelo de Keynes (e de Krugman) que nos vai tirar daqui.
Terça-feira, 25 de Março de 2014
A política em Portugal faz-se assim: atirando coisas para o ar, prometendo o que não se pode cumprir, fazendo teatro e construindo um circo. O político de pacotilha é deste género: fala para as televisões sem seriedade e sem se rir. Tenta enganar-nos, portanto. No caso do Dr. Seguro, ele bem pode garantir tudo e mais alguma coisa. Quando chegar ao poleiro, se chegar, mete a viola no saco e a vergonha no bolso. E tudo volta ao mesmo, porque não aprendemos nada. Ou porque não queremos mesmo aprender.
Se foi o modelo de Keynes (e de Krugman) que nos trouxe aqui, ainda não percebi como é que vai ser o modelo de Keynes (e de Krugman) que nos vai tirar daqui.
Quarta-feira, 19 de Março de 2014
Austeridade 1: Aumenta-se a receita (os impostos) e diminui-se a despesa (do Estado).
Austeridade 2: Aumenta-se a receita (os impostos) e mantém-se a despesa (do Estado).
Austeridade 3: Mantém-se a receita (os impostos) e diminui-se a despesa (do Estado).
Austeridade 4: Baixa-se a receita (os impostos) e reduz-se a despesa (do Estado) num valor superior à baixa dessa receita.
Pergunta 1: Qual dos tipos de austeridade é seguido pelo Governo?
Pergunta 2: Qual dos tipos de austeridade é proposto pelo PS?
Pergunta 3: Dos tipos de austeridade apresentados, qual deles é o mais eficaz?
Terça-feira, 18 de Março de 2014
1- Se há um problema – seja ele social, cultural ou económico – o Estado deve intervir para solucioná-lo ou minimizá-lo. Se o problema persistir, o Estado deve impor medidas ainda mais assertivas porque só o Estado é capaz de resolver os problemas.
2- Se há uma recessão económica, o Estado deve promover o crescimento económico através de medidas de estímulo que... podem ir desde o investimento público ao radicalismo fiscal. Se a recessão persistir no tempo, o Estado deve aumentar os estímulos, independentemente de ter ou não ter dinheiro.
3- Se o crescimento económico não for suficiente, cabe ao Estado estimular esse crescimento com a promoção de infra-estruturas e/ou de investimentos na saúde e na educação, por exemplo. Se o Estado já estiver a fazer estes investimentos e a coisa não estiver a resultar, então é porque estes investimentos não são suficientes, logo é imperioso que o Estado invista mais para que toda a gente seja mais feliz.
4- Se houver recessão, o primeiro método para combater o défice das contas públicas é aumentar os impostos sobre os ricos. Se a economia estiver em expansão, os impostos sobre os ricos devem manter-se altos porque só assim o Estado garante que os ricos estão a contribuir justamente para a sociedade onde estão inseridos.
5- Se o Estado perceber que estas suas fórmulas falharam em determinado momento, foi porque as fórmulas não foram bem calculadas. Se as fórmulas iniciais falharam, há que reformulá-las, garantindo que desta vez é que é.
Segunda-feira, 17 de Março de 2014
Qualquer solução para o país ou para a Região, passará sempre por haver menos governo na vida das pessoas, e não por mais governo na vida das pessoas. E ainda que se fale em melhor governo no pressuposto de que isso significa uma redução do seu peso estrutural (ainda que não veja ninguém a falar realmente nisto), tal não é suficiente porque, como muito bem dizia Mencken, bastas vezes os que se propõem salvar a humanidade, são aqueles que não disfarçam a sua vontade em querer governá-la. Posto isto:
1- O Estado resulta de uma associação entre os que já viveram, os que vivem e os que ainda vão viver;
2- Cada euro gasto pelo Estado é um euro tirado aos cidadãos e às empresas;
3- A dívida não é uma variável menosprezável porque tem uma correlação directa com a liberdade. Ou seja, quanto mais dívida acumulamos, menos liberdade temos. Isto aplica-se às empresas, às pessoas ou ao próprio Estado.
4- A dívida também tem efeitos de longo prazo. Pode excepcionalmente não coarctar a liberdade dos que vivem no presente, mas certamente coarctará a liberdade dos que viverão no futuro.
5- A liberdade é o nosso valor mais precioso.
6- A ideologia dominante limita-se, muitas vezes, a derramar dinheiro sobre os problemas. Quando isso não resolve, ela limita-se a derramar ainda mais dinheiro.
7- Logo, o problema não é do liberalismo no seu sentido clássico, é da visão que a grande maioria dos políticos tem de que cabe ao Estado resolver e intervir em todos os problemas, utilizando o dinheiro que é de todos em nome das suas utopias e visões.
8- Um Estado regulador é bastante diferente de um Estado interventor e impositivo. A fúria legislativa em exibição prova essa diferença.
Quarta-feira, 12 de Março de 2014
Hoje, há 76 anos, o Exército Alemão entrava na Áustria, concretizando o célebre Anschluss. No dia seguinte, a Áustria deixava formalmente de existir e tornava-se uma província do Reich. A anexação é posteriormente referendada a 10 de Abril (com 99% dos votos pelo sim) e Hitler, já com a ocupação da Renânia de 1936 no bolso, começava a expandir o Reich Alemão.
Em Março de 1939, chegaria a vez do abraço aos alemães étnicos instalados na Boémia, na Morávia e na Silésia, os Sudetas da então Checoslováquia, e com a complacência das principais potências. Seis meses depois, a Alemanha invadia a Polónia.
Segunda-feira, 3 de Março de 2014
Livros para perceber os velhos tempos. E os novos tempos.