1- Duas grandes empresas (a A e a B) lutam num mercado concorrencial pela liderança do seu segmento. As empresas são muito parecidas entre si, razão que as leva à alternância na liderança ao longo do tempo.
2- Em 2011, a empresa B caiu após 7 anos de liderança sucessiva no mercado devido a problemas graves e defeituosos com a utilização dos seus produtos. Quem aproveitou esta catástrofe foi a empresa A que ganhou quota suficiente (com a ajuda de um acordo comercial com um concorrente mais pequeno, a empresa C) para garantir mais de 50% do mercado.
3- Depois da perda da liderança do mercado, a empresa B apostou tudo num novo líder e numa nova estratégia de marketing que passaram, essencialmente, por negar o passado e os problemas dos seus produtos e apontar para metas e objectivos futuros.
4- Entretanto, a empresa A, em conjunto com a empresa C, enfrentou um período em que perdeu algum fulgor no mercado, revelado nas sucessivas demonstrações de resultados intercalares que manifestaram o crescimento da empresa B e da sua estratégia e a queda dos resultados das empresas A e C. Toda a gente concordou que os consumidores são mesmo muito voláteis e que muito facilmente viram as costas aos produtos que antes consumiam.
5- Aparentemente, este crescimento da empresa B (associado à queda de resultados das empresas A e C) parece não ter deixado satisfeito alguns dos accionistas da empresa que desejam que as suas posições e acções valorizem rapidamente. Os fins justificam os meios, dizem eles.
6- Esta situação levou o gestor da empresa B a ter de requerer uma avaliação (interna e externa, e sob o chapéu de um auditor de idoneidade inquestionável) aos accionistas, mas também aos consumidores dos seus produtos. O inquérito foi lançado e são estes que definirão agora o seu destino. Um grupo de accionistas tem, inclusive, um novo administrador, vindo de um sector de negócio mais pequeno, preparado para substituir o actual em caso de avaliação negativa.
7- Perante o drama interno na empresa B, a empresa A e C olham para o mercado com novos olhos: sabem perfeitamente que estes problemas afectam a imagem externa da empresa B e os seus resultados. Num outro prisma, começam a reconhecer que algumas das suas ideias começam a dar alguns resultados positivos, o que lhes dá um especial ânimo num período mais complicado e até a possibilidade de renovarem o seu acordo comercial.
8- Nos restantes competidores no mercado, saliente-se que a empresa D (mais conservadora, mas praticamente inalterável no tempo) e a empresa E (que após um crescimento extraordinário inicial começa a limitar a sua quota aos 3-4-%) também sorriem optimistas para a potencialidade de crescimento que o drama na empresa B pode proporcionar.
9- A este optimismo nas empresas A, C, D e E soma-se, ainda, o optimismo de um conjunto de novas empresas que estão prestes a entrar no mercado com a ajuda dos fundos europeus.
10- No próximo domingo será conhecido o resultado da avaliação do administrador da empresa B. Apesar de interna e externamente existir muita contestação a esta avaliação, ninguém consegue prever o que vai acontecer. Mas dê por onde der, o mercado nunca mais será o mesmo.
1- A Câmara do Funchal decidiu fechar hoje meia dúzia de ruas principais ao trânsito. A iniciativa insere-se no do dia europeu sem carros, integrado na semana da “mobilidade” da CMF. O martírio dura das 10h às 18h.
2- De acordo com o Priberam (www.priberam.pt), mobilidade é um substantivo feminino que significa: qualidade do que é móvel; faculdade de mover(-se). MOTILIDADE); agitação (do que se move com animação).
3- Como é perceptível, os actuais responsáveis políticos camarários não têm a mínima ideia de como funciona a economia e uma sociedade organizada e das mil e uma razões que levam as pessoas a utilizarem os seus carros (um carro é, note-se, um bem que paga impostos de cada vez que é comprado e usado através do combustível, do iva, do imposto automóvel, do imposto de circulação, da inspecção, do seguro, do estacionamento, das multas, etc).
4- Apesar do desconhecimento da realidade, a maioria dos políticos (onde estes responsáveis camarários se inserem) adoram fazer o papel de educador de massas, de parecer muito modernos e de decidir quando e como as massas podem usufruir dos seus direitos.
5- Os actuais responsáveis políticos camarários também não sabem o que significa “mobilidade”. Porquê? Porque não deixa de ser extraordinário que a ideia principal da semana da “mobilidade” passe precisamente por impedir a “mobilidade” dos cidadãos, ao mesmo tempo que atropela os seus direitos.
1- O João tinha um pequeno negócio que vendia telemóveis e hardware informático.
2- O negócio funcionava normalmente até que o Estado decidiu que os preços dos produtos vendidos pelo João tinham que ser agravados por causa dos “artistas” (podia ser por causa do ambiente, da fome no mundo, da União Europeia, ou por outra coisa qualquer).
3- Os telemóveis e os produtos de hardware do João sofreram, então, um aumento que se repercutiu numa primeira fase numa diminuição dos lucros (porque o João suportava a taxa); e, numa segunda fase, num aumento do preço do produto em si, uma vez que a margem já não era grande coisa (e porque o João deixou de suportar a taxa).
4- Como é natural, o aumento dos preços fez diminuir a procura na segunda fase: não apenas porque as pessoas passaram a comprar menos vezes, mas porque aguentam mais tempo com os produtos sem substituí-los.
5- A nova taxa ambiental, que é uma variável sobre a capacidade do produto, é fixa (paradoxalmente) para o produto final do João, uma vez que ela é sempre cobrada, desde que João efectue uma venda.
6- Independentemente do João fazer uma promoção, a taxa não é diminuída nessa promoção. Ou seja, mesmo que o João aplique um desconto a um cliente, a taxa mantém-se inalterada mesmo que o preço do produto diminua de valor, porque o que conta é a capacidade do aparelho.
7- Como a capacidade dos aparelhos está sempre a aumentar devido a uma espécie de Lei de Moore, o cúmulo será atingido quando qualquer telemóvel ou hardware informático passar a pagar a taxa máxima prevista pela lei.
8- A quebra das vendas (e da receita) do João obrigou-o a diminuir ainda mais as suas despesas. Assim, o empregado a tempo inteiro foi substituído por um part-time. Depois, muitos dos seus clientes começaram a procurar espaços comerciais mais amplos, em que a oferta é maior e os descontos também maiores, uma vez que não é possível mexer na taxa.
9- No fim de um mês mais parado, o João fez as contas: para além da nova taxa, já havia pago, o IVA, o IRC, o IRS, a segurança social, a taxa de resíduos sólidos, a taxa de recursos hídricos, a taxa ambiental pelos sacos de plástico, a taxa bancária, a taxa de utilização do multibanco e do cartão de crédito, o IMI, o imposto automóvel, impostos de selo variados, o PEC, a Derrama, o imposto de combustível, os direitos de autor e até uma taxa de direito de passagem municipal. Isto sem contar com os seguros obrigatórios, os ordenados, as contas da luz, da água e das comunicações, a contabilidade, a actualização de software exigida pelas finanças, a renda do espaço e o leasing da carrinha da empresa.
10- Não é difícil de imaginar o que aconteceu ao João.
Quem pensa que na Madeira não há inovação, engana-se redondamente. De acordo com o DN de hoje, Santa Cruz prepara-se, em primeiríssima mão, para aumentar o preço da água com base numa nova taxa (sim, mais uma) de “protecção civil”. Sim, leram bem, a conta da água vai trazer uma taxa de “protecção civil”, cujo valor total ascenderá a 9,8€/ano por cada habitação. Desconheço o enquadramento legal de tal façanha, mas folgo ver a imaginação daqueles que garantiam não ir aumentar (ou criar, neste caso) impostos e taxas. Bem prega Frei Tomás...
26-11-2013 - António Costa aumenta taxas para compensar quebra fiscal
26-05-2014 - Câmara isenta de taxas Rock in Rio até 2018
02-07-2014 - Reabilitação urbana é receita para trazer mais gente para Lisboa, diz Costa
04-09-2014 - António Costa critica "burocracia, inactividade e incapacidade" da Câmara
12-09-2014 - Renovação do Cais do Sodré "corre o risco de falhar"
16-11-2014 - Costa anuncia novos impostos
1- A “lei da cópia privada” vai garantir mais uns “trocos” em taxas e impostos. Em prol dos “artistas”.
2- O “compromisso para a fiscalidade verde” vai garantir mais uns “trocos” em taxas e impostos. Em prol do “ambiente”.
3- Portagens em Lisboa e Porto vão garantir mais uns “trocos” em taxas e impostos. Em prol da “mobilidade”.
4- Os políticos deste país só pensam numa coisa: em como inventar taxas e impostos em prol de qualquer coisa, uma forma "legal" de roubar dinheiro aos contribuintes indefesos.
5- Quando é que nos fartamos de viver num país socialista?
Assisto aos dois primeiros debates entre os candidatos socialistas e a sensação de vazio é enorme: de um lado, um vaidoso cheio de ambição, do outro, um acossado à procura de um rumo. O primeiro Roosevelt (Theodore) era um homem extremamente ambicioso e vaidoso. A sua própria filha dizia que "o meu pai sempre quis ser o cadáver em todos os funerais, a noiva em todos os casamentos e o bebé em todos os baptizados". Mas Goebbels, um pragmático de outra natureza, sabia muito bem como as coisas funcionavam: "Não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter um certo efeito". A ambição e vaidade que cegam e o estilo que fala para não dizer grande coisa são as propostas em cima da mesa para decisão de militantes e "simpatizantes" socialistas. Perante o cenário, podemos dormir descansados.
Há quatro formas de uma empresa estar no mercado:
1- ser uma empresa pública que funciona num mercado fechado ou restrito.
2- ser uma empresa privada que funciona num mercado livre.
3- ser uma empresa privada que funciona num mercado fechado ou restrito.
4- ser uma empresa pública que funciona num mercado livre....
A primeira é a pior de todas porque as empresas estatais monopolistas, pela ausência de concorrência, são tendencialmente ineficientes e pouco inovadoras. A segunda é a melhor de todas, porque num mercado aberto há sempre inovação e criação de coisas novas, melhorando os preços, a qualidade dos produtos e a satisfação dos clientes.
A terceira e quarta forma são um meio termo entre as duas primeiras. Contudo, é melhor ter a quarta forma do que a terceira porque esta (a terceira) resulta, em geral, de uma privatização em que o privado passou a controlar um sector fechado ou restrito.
Isto quer dizer ainda que não basta haver vontade de privatizar como se isso resolvesse todos os problemas. Acompanhada da privatização tem de existir desregulamentação e liberdade de acção no sector em causa. É por isso preferível ter uma empresa estatal a funcionar num mercado livre do que uma empresa privada a funcionar num mercado fechado ou restrito.
Um dia perguntaram a Clint Eastwood qual era a sua ideologia política. E Eastwood respondeu: "Estou filiado como Libertário. Gosto dessa filosofia. O Partido Libertário não conta, e nem tem candidatos. Mas eu acredito que viveremos melhor se deixarmos as pessoas em paz, se desistirmos de arranjar maneiras de dirigir as vidas alheias. Talvez este modo de pensar seja pouco prático, ou obsoleto. Mas foi assim que fui educado". Pois. Mas eu ainda acredito que é possível que, um dia, os políticos e a política não estejam sempre a querer interferir nas nossas vidas dizendo-nos como devemos viver e o que devemos e podemos fazer.
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