Num estado de Direito não podem morrer pessoas por incúria desta natureza. Seja a incúria procedente da inércia, da falta de comunicação, do atavismo, da mediocridade ou da incompetência velada, manifesta ou imberbe. Estamos a ser governados por crianças ou, no mínimo, por gente negligente. É isto que me apraz dizer. O resto são os cadáveres e a destruição deixada pelo fogo. Esse fogo que mata, que asfixia homens, mulheres e crianças, que destrói tudo à sua passagem. Perante o ar incrédulo de todos, como se um ar incrédulo resolvesse o problema ou trouxesse essas vidas de volta. Não traz. E não traz porque não pode trazer. E se uma vez não bastou, duas deviam bastar. Num país civilizado, ou dito civilizado, não podem morrer pessoas desta forma e sem ninguém ser responsabilizado.
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