Eu gostava que alguns desses importantes burocratas que por aí vegetam a chatear-nos a cabeça, pusessem por um momento a mãozinha na consciência e pensassem nos seus actos e nas suas omissões e no modo directo ou indirecto como trataram da vidinha enquanto abandonavam os portugueses e iniciavam a nossa heróica derrocada.
Vê-se que andam efusivos e contentes, talvez até mais inchados do que o costume, agora que parece haver acordo global para o empréstimo a Portugal, incluindo uns módicos juros de quase 6%(!).
Mas não vale a pena fingir que isto funciona quando esta usura é aceite e validada por todos, até porque é difícil não ser solidário e não mandar um dinheirinho para quem precisa nestes moldes e nestas condições. Congratular-se é por isso uma espécie de encenação avulsa sem o mínimo de respeito e consideração por quem um dia até o elegeu. Para humilhação já basta a mão estoicamente estendida à espera da moedinha. Prostrado no solo e espezinhado por gente sem rosto, o indígena dispensava este insulto desnecessário à sua inteligência.
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