O grande amor de Svetlana foi Sergo Béria, filho desse monstro-mor da corte de Estaline, Lavrentiy Béria, que se julgou capaz de suceder a Estaline depois da sua morte em 1953. O Béria-pai, acabaria fuzilado em Dezembro desse ano, depois de Kruschev, um oportunista, tomar o poder. Svetlana nunca conseguiu conquistar o Béria-filho e sofria imenso com isso.
Mas Estaline, apesar de tudo, era afável e por vezes carinhoso com a filha. Só que a brutalidade indescritível de um dos maiores bárbaros do século passado, dá muito que pensar. E para entender melhor este tirano, quase derrotado por Hitler no estertor da resistência russa, e a sua realpolitik, nada como contar uma anedota que ele próprio repetia inúmeras vezes desde que se havia tornado claro que a grande guerra patriótica, como era conhecida a II Guerra entre os russos, já só podia pender para o lado russo. E dizia assim:
«Churchill, Roosevelt e Estaline foram à caça. Finalmente, conseguiram matar um urso. Churchill disse: “Eu fico com a pele. Roosevelt e Estaline que dividam a carne”. Ao que Roosevelt disse: “Não, eu fico com a pele. Churchill e Estaline que dividam a carne”. Estaline não dizia nada de modo que Churchill e Roosevelt lhe perguntaram: “Então Senhor Estaline, que diz?”. Estaline limitou-se a responder: “O urso pertence-me. Ao fim e ao cabo, fui eu que o matei”». (In Estaline –A corte do czar vermelho de Simon Sebag Montefiore, pag. 476) Naturalmente, o urso era Hitler e a pele do urso era a Europa de Leste. Nem é preciso relembrar o que aconteceu depois.
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