A criatura volta hoje ao horário nobre para contar a sua narrativa. Sócrates vai, portanto, ao ambiente que melhor conhece e domina porque foi a televisão que, primeiro, o criou e, depois, o matou. É com essa esperança que ele sonha renascer.
É provável que vá lá transmitir a ideia de um acossado de ar muito sério, perseguido por motivações políticas e enchido de teorias conspiratórias, de coincidências diversas e de fábulas de encantar. E é provável também que o público, em casa, se divida, e se emocione ou se insurja conforme a bílis ou a disposição. Eu já não estou nem aí, como diria o brasileiro. Há muito que percebi que isto não vai dar nada e que as suspeitas não deixarão de ser isso mesmo: suspeitas que se lavarão com o sacudir de responsabilidades ou com mentiras vestidas de verdades. Neste país, raramente um princípio tem um fim.
Sócrates vai hoje ao horário nobre. Não há como condená-lo por isso. Ele usa o que tem. Não é culpa dele.
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