A Dra. Isabel Jonet teve a infelicidade de dar a sua opinião, num país que lida mal com opiniões fortes ou com opiniões fora da douta normalidade atestada pelo grau de imbecilidade instituído. Infelizmente, a Dra. Jonet já se retratou, o que não devia ter feito, para gáudio dos seus perseguidores e da populaça que, certamente, não entenderam nem o contexto das suas declarações, nem o que as mesmas queriam dizer.
Num país conhecido pela acéfala incapacidade de pensar diferente, eis a democracia e a liberdade de opinião no seu esplendor: minimiza-se todo um trabalho feito em prol dos mais necessitados por causa de meia dúzia de minutos de tempo de antena na televisão, ao mesmo tempo que se dedicam horas a fio ao insulto e à crucificação por causa dessa mesma meia dúzia de minutos.
Presumia que num país habitado por gente que vive à espera do Estado para lhe resolver todos os seus problemas, que seria bom não ver a condenação sumária dos que não se limitam a esperar pelo Estado para fazer pela vida e, já agora, para ajudar os outros. Erro meu. Não só muita gente é mal agradecida, como a liberdade dos outros faz comichão, principalmente se essa liberdade for um exercício da direita ou das pessoas conotadas com a direita. Ainda assim, realço uma notável possibilidade: um país que desce a este grau de mesquinhez, talvez não mereça mesmo gente da envergadura da Dra. Jonet.
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