Assim, como que habitualmente, vamos vivendo um “espírito do tempo” que tudo absorve. A vontade de mudar alguma coisa é forte e é grande, mas entre a vontade e a execução dessa mesma vontade, esbarra-se em tudo o que é obstáculo: nas corporações, nos direitos adquiridos, na ausência de deveres, nos estilos de vida adquiridos e que ninguém quer perder, nas diatribes políticas, no pior das intrigas palacianas, nos comentadeiros a granel que invadem as televisões, no ocaso dos “senadores” que tudo sabem hoje mas que não sabiam no passado e numa "máquina" enferrujada e empenada. Portugal é, claro está, um país de génios. Há uma solução em cada canto e, em cada cabeça, há uma sentença para uma saída airosa para a crise. E com tanto génio à solta só um extraterrestre se admira como terá sido possível chegar aqui, à ruína instituída, à pobreza esclarecida e à terceira vinda do FMI. No fundo e resumindo o meu "espírito do tempo" neste dia quente de Outono vestido com um sol radioso, apenas uma única dúvida, em mim, subsiste. Ou é a realidade que insiste em desmentir a ficção, ou somos nós que insistimos em viver na ficção em vez de querer ver a realidade. Quem nos acorda deste limbo?
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