Sim: há muito que nos autodestruímos por obra e graça das proclamadas prioridades que os sucessivos governos inventaram. Relembremos que as prioridades passaram por destruir a agricultura, esquecer a indústria e engrossar a administração pública em todos os seus sectores. A banca e os restantes serviços associados, tornaram-nos num país de serviços e o espalhafato turístico e a construção desenfreada e sem regras fizeram o restante. O esquecimento do Mar veio por arrasto e por inevitável conveniência: num país sem barcos tornava-se difícil aproveitar qualquer coisa dali.
Convinha, contudo, ainda dizer, recordando-o aos mais esquecidos, que o Dr. Cavaco foi primeiro-ministro deste país (que pelos vistos ele agora não reconhece) durante dez anos e que noutros dez será presidente deste mesmo país. A oração e as penitências diárias mais as homilias televisivas repetidas até à exaustão tornam-se assim, no vagar dos dias, insuportáveis. Mas ainda mais quando as mesmas provêm de ex-responsáveis políticos (ou de actuais responsáveis políticos) que tudo tiveram nas mãos para empreender precisamente aquilo que agora advogam e que antes descuraram. Esta coisa de assobiar para o lado, como se não fosse nada com eles, tem muito que se lhe diga. E a primeira, é que a lata não tem fim. Nem princípios.
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