Em menos de nada, BE, PCP, PS, PEV, CGTP, UGT, PSP, Forças Armadas, Médicos, Juízes, Comissões de Utentes, CAP, FNE, FENPROF, ex-dirigentes, ex-políticos, o pai do SNS, comentadores vários e jornalistas sortidos, insurgiram-se contra o relatório do FMI. Sabendo que o relatório é apenas um relatório sobre um estudo/proposta, sem carácter vinculativo e de todo não definitivo, não se entende bem o que pretende esta gente para além de promover a gritaria do costume contra qualquer coisa que se mexa. Entretanto, por coincidência ou talvez não, nenhuma destas luminárias foi capaz de apresentar propostas que visem combater o cancro em que se transformou um Estado de todo insustentável. Tudo isto, e com o debate inquinado logo à partida, deixa-nos duas hipóteses: ou esta gente só quer o aproveitamento político que medidas impopulares naturalmente provocam (salivando perante a presa), ou esta gente julga que está tudo bem na Disneylândia (e que o Estado não entrou em bancarrota por três vezes nos últimos 34 anos).
Independentemente da hipótese escolhida, louvemos o modo como tudo se clarifica: enquanto que uns preferem tentar levantar a cabeça, e assim encontrar uma solução, outros preferem manter essa mesma cabeça enterrada na areia, e assim evitar qualquer solução. Perante este memorável cenário, é-me impossível não estar com os primeiros.
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