Eu sei que o modo de funcionamento dos partidos políticos é pouco democrático. E sei também que, depois de eleitos, qualquer líder e a sua equipa, trabalham para minimizar a oposição interna e arredar os “empecilhos”. Só que por vezes, convém às lideranças e aos próprios “empecilhos” manterem-se perto uns dos outros, aplicando a célebre máxima política apenas por uma questão estratégica. O Dr. Ribeiro e Castro é um caso exemplar que o Dr. Portas decidiu abrigar em plena Assembleia da República. E quer um quer outro, sabiam ao que vinham e, muito provavelmente, sabiam qual seria o resultado final da contenda. A política quando entra no campo mais intimista, entra num território negro de que ninguém se safa incólume. Hoje, olhando para as noticiazinhas sobre a política do país, só se vê a normal intriga feita de recados e de recadinhos e a individualização da mesma, esquecendo o bem maior que é a colectividade em que estamos inseridos. Infelizmente, os políticos, com a ajuda sempre grata da comunicação social, alimentaram este círculo vicioso. E agora não saem da sua esfera de influência, porque ela não deixa e porque ninguém tem coragem de quebrá-la. Como um dia disse Richard Helms, antigo director da CIA, “Não estamos nos escuteiros. Se quiséssemos estar nos escuteiros, tínhamos ido para os escuteiros.” Amanhem-se.
Blogues Madeirenses