Quinta-feira, 31 de Março de 2011

Este governo é no mínimo obsceno. Agora afirma a pés juntos que não pode pedir ajuda externa uma vez que não tem competência para tal. A tese, bem ensaiada, é do gémeo Sr. Silva Pereira e do incansável Sr. Teixeira dos Santos que, ao que me garantem, são ainda ministros deste país, mesmo em gestão corrente. Esta fuga em frente resume bem a responsabilidade desta gente que agora quer passar o odioso da questão, chamar a tal ajuda externa, para outros lavando assim as mãos sobre o assunto. Como foi possível esta gente andar por cá seis anos sem haver uma revolta? Triste povo, que jazes adormecido.



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Agora que os dois figurantes brasileiros cessaram a sua participação, o filme caminha inexoravelmente para o seu epílogo. Mas um dos actores principais, o défice, continua irredutível nas suas pretensões ao exigir cada vez mais ao resultado final. Sobra o engenheiro e o ministro, que tentando iludi-lo, não conseguem interiorizar que o sucesso da produção depende de todos trabalharem sobre um mesmo argumento.

 



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Quarta-feira, 30 de Março de 2011

 

O Dr. Lacão fez um chinfrim na AR por causa de uma nova coligação negativa que revogou os limites de autorização da despesa pública. Ouvir esta gente no Parlamento, a berrar contra a oposição, deixa-me ligeiramente indisposto. Não por causa do chinfrim em si, mas porque qualquer um, com um mínimo de decência, nem precisava de usar muito o cérebro para perceber porque é que este novo decreto não devia ir em frente quando o que há é um governo em gestão e a caminho de eleições. O que vale é que esta miséria está quase no fim.

 



publicado por Bruno Miguel Macedo às 23:32 | link do post | comentar

 

Os juros já ultrapassaram os 9%, o rating nacional junto das principais agências desceu (ou apresta-se a descer) e os nossos principais bancos estão no limiar de se tornarem todos “lixo”. Se numa primeira fase, a teimosia do primeiro-ministro serviu para demonstrar que não cederia perante os abutres da especulação, agora essa teimosia parece não ter qualquer fundamento claro e evidente, uma vez que foi o próprio ministro das finanças que há uns meses atrás afirmava peremptoriamente que o limite aceitável eram os 7%. Daí para cá, foi sempre a subir, em todas as frentes, desconhecendo-se por agora qual será o novo limite aceitável que quebre a teimosia do primeiro-ministro. Mas ainda que se sobreviva ao pedido de ajuda externa, temo bem que tudo isto não passe de uma vitória à Pirro.

 



publicado por Bruno Miguel Macedo às 22:40 | link do post | comentar

Terça-feira, 29 de Março de 2011

 

Entre a selecção do Sr. Bento e o livrinho da foto, optei sem qualquer remorso pelo segundo. Por razões práticas e de mera gestão de tempo, porque por norma não perco um minuto a ver jogos de preparação, sejam eles contra o Brasil ou a Argentina ou contra nórdicos simpáticos, como julguei ser o caso. Mas parece que desta vez ganhamos, o que transmite alguma confiança para quando as coisas forem mesmo a sério e Portugal precisar das inevitáveis vitórias. Desejo do fundo do coração que se chegue lá e que os atletas portugueses valorizem o nome desta centenária nação num próximo europeu, levando-nos longe, de preferência sem casos, na competição. Isto, claro, se o emplastro do Dr. Madaíl já não fizer parte da comitiva. Porque se fizer terei ainda de pensar no assunto.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 22:47 | link do post | comentar

 

Em semana de visitas ilustres, o nosso primeiro aproveita a oportunidade para passar por bom rapaz. E um bom rapaz distribui elogios pelas aldeias sobre as suas mais variadas e prodigiosas políticas, à espera que as suas amáveis palavras sejam recompensadas com um troco à altura. Lula, que está em Portugal para receber um honoris causa atribuído pela Universidade de Coimbra, fatalmente emocionou-se perante a criatura e acabou mesmo por lhe dar uma mãozinha dizendo que o FMI não é solução para Portugal, como se ele sequer sonhasse com o ponto a que isto inacreditavelmente chegou.

 

Mas a semana também traz agora o outro lado da moeda, geralmente o lado que fica mais longe dos mecanismos de propaganda e de desinformação e que tem que ver com a realidade concreta das coisas. E as notícias avançadas não são boas, nem nada que se pareça: emprego a cair (o mesmo que dizer que o desemprego está a subir), previsão de recessão ainda maior para este ano e com impacto previsível no próximo (e quase de certeza também nos seguintes) e o disparar desses sempre adorados juros em todas as suas frentes (com a agravante de começarem a chegar aos créditos das famílias). Não há boa disposição que resista perante a sucessão aparentemente incontrolável de acontecimentos nefastos para a nossa vida colectiva e cuja factura final será bem dolorosa. Hoje nem Souto Moura, que nos fez sentir momentaneamente orgulhosos, nos consegue fazer esquecer que isto já nem parece um país. Ainda assim, obrigado.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 18:29 | link do post | comentar

Segunda-feira, 28 de Março de 2011

Talvez fosse importante não haver grandes comprometimentos com aquilo cujo valor real se desconhece. E quem deseja comprometimento, deve acima de tudo promover a transparência, o mínimo exigível para um país que vai entrar numa dura campanha. E isto também como forma de evitar que se transforme isto numa simples mercearia ou num leilão de ofertas públicas. Sem qualquer desprimor para com os merceeiros ou leiloeiros.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 16:20 | link do post | comentar

É bom saber que certas coisas até estão bem, porque por evidente necessidade, vamos precisar de os usar cada vez mais. Aliás, nota-se em muitas superfícies comerciais que este comportamento, antes tido como exclusivo popular, aburguesou-se. Sinal dos tempos e sinal da crise e da falta imensa de dinheiro que as famílias têm e que impõe uma procura de soluções mais em conta. Mas pena é que outras realidades não possam ser substituídas, rapidamente e com igual sucesso, em outros domínios da vida quotidiana portuguesa. Desde as elites imóveis e sem responsabilidade que pouco ou nada contribuem para o engrandecimento do país - antes promovem o seu indecoroso imobilismo -, até aquele género de político que vive apenas obcecado pelos resultados eleitorais e empedernido com o reflexo da sua imagem na ditadura mediática. Por certo, e à semelhança dos produtos de marca branca, às tantas nem daríamos pela diferença. E em alguns casos, como cereja no topo do bolo, ainda sairíamos verdadeiramente a ganhar. No preço e na qualidade.



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Porque hoje é segunda, mais logo, pelas 22h no FX. A minha grande descoberta do ano passado.



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Domingo, 27 de Março de 2011

Depois de semanas de eloquente campanha eleitoral, as eleições no SCP terminaram como tinham de terminar: em polémica, com pancadaria e com uma possível impugnação, sinais que nos dizem ser agora quase impossível descer mais no poço. Entretanto, saúde-se a façanha: colocar quase 15 mil sócios a legitimar um manicómio feito de fundos diversos, treinadores exóticos e jogadores desconhecidos não é para todos. Parabéns.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 22:59 | link do post | comentar

Sábado, 26 de Março de 2011

Hoje faz um ano que Pedro Passos Coelho foi eleito presidente do PSD. Um ano intenso que culmina com uma oportunidade quase única na vida: a possibilidade de chegar a 1º Ministro e aplicar novas ideias para o rumo de um país. Há no entanto que ter em atenção certos terrenos lodosos e armadilhados e evitar a tentação de se querer falar sobre tudo e sobre nada, porque o actual momento político é propício ao desespero e à contradição. E o que se quer é algo que vai no seu sentido contrário: paciência e moderação. Por isso, antes de mais certezas ou incertezas, e antes de mais medidas e contra-medidas, Pedro Passos Coelho devia solicitar, em nome dos portugueses, a total transparência das contas públicas. Porque só assim, evitará ser apanhado em contradição ou com o pé em ramo verde. E só assim impedirá de ser confrontado, num futuro próximo, com um pais radicalmente diferente daquele que ele julgou existir.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 19:14 | link do post | comentar

 

O PR está empenhado em criar uma solução rápida que implique ultrapassar no mais breve espaço de tempo possível a actual crise política. Naturalmente que deseja também que os partidos do arco governativo se comprometam com as medidas de consolidação orçamental acordadas com Bruxelas, para que Portugal possa inequivocamente cumprir com os seus compromissos. Do ponto de vista político, tudo certo, nesta conclusão das reuniões ontem mantidas com os partidos representados na Assembleia da República.

Contudo, o PR devia ter como preocupação emergente e imediata também averiguar a real situação económica e financeira do país para que a campanha eleitoral não seja realizada sob o efeito de números artificiais, muitos deles sem qualquer sentido e correspondência com a realidade.  Requerer uma comissão independente ou pedir a uma entidade externa que efectue essa tarefa é o mínimo exigível. Porque a transparência que se exige neste momento é vital para a campanha eleitoral, para as políticas que entrarão em discussão e para o esclarecimento cabal aos portugueses, seus principais beneficiados.

Não havendo certezas sobre nada, estamos a criar um espaço para todo o tipo de demagogia, de contradição e de pura ilusão que depois servirá para que se desvie as atenções dos verdadeiros problemas e para se entre numa campanha artificial porque não tem alicerces válidos.

No pouco tempo que resta e que medeia entre este período de pré-campanha eleitoral, campanha eleitoral e eleições, não há assim tempo a perder. O PR tem nas mãos uma obrigação que lhe evitará, certamente, muitos dissabores no futuro.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 19:04 | link do post | comentar

Sexta-feira, 25 de Março de 2011

O senhor que andou em birra para renovar um contrato com o R. Madrid, criticou o Prof. Queiroz pela “intranquilidade” que ele provoca junto da selecção. Não merecia um comentário, não fosse a manifesta insolência do moço que um dia foi a um mundial recuperar de uma lesão, por obra e graça precisamente do Prof. Queiroz. O futebol é igual à política: não há, nem se deve esperar, gratidão. Mas mais valia estar calado.

 



publicado por Bruno Miguel Macedo às 11:41 | link do post | comentar

Quinta-feira, 24 de Março de 2011

Agora que entramos numa nova fase, sente-se que há algum optimismo nos portugueses. Esse optimismo é salutar mesmo desconhecendo, por agora, a dimensão real da nossa crise. É que pelo menos podemos enfrentar as coisas com um ligeiro sorriso nos lábios e com a esperança necessária. Neste dia em que acordamos todos a respirar melhor isto, só por si, pode não ser muito. Mas sempre é qualquer coisa.

 



publicado por Bruno Miguel Macedo às 11:07 | link do post | comentar

 

 

I – Com a demissão do primeiro-ministro, a primeira fase do embate político passará, no imediato, pelo jogar das culpas pela crise política de uns para os outros. A oposição dirá que é por culpa do governo. O governo dirá que é por culpa da oposição. Ninguém dirá que toda a gente desejava estas eleições, incluindo o próprio governo, o seu principal e verdadeiro agente instigador.

 

II – Ao PR restará como única solução marcar novas eleições. Porque não há consenso possível. Como Sócrates não desiste e Passos Coelho e Portas jamais entrariam num governo com ele, e partindo do princípio que a esquerda parlamentar embora maioritária está carregada de exóticos e líricos, não se vê outra solução possível.

 

III – Apesar da demissão, o governo manter-se-á em funções, coisa que muita gente parece por agora esquecer. Terá assim uma máquina gigantesca ao seu serviço que utilizará sem qualquer comedimento e escrúpulo. Nunca como até agora se irá sentir a força do aparelho ideológico e do aparelho repressivo do estado, quer sobre a propaganda dos seus “grandes feitos”, quer sobre a vitimização das coisas “menos conseguidas”, quer na intriga temível dos contra-ataques socialistas.

 

IV – Muitos ministros que julgávamos não existir, vão-nos entrar casa adentro exibindo minudências sem qualquer sentido. Isto terá três objectivos: fazer de conta que sempre existiram, mostrar a quem manda que são solidários e iludir o povo com promessas.

 

V – Mas a verdadeira luta política ficará a cargo dos ministros mais perigosos deste governo: Silva Pereira, Santos Silva, Teixeira dos Santos, Jorge Lacão e, claro, do próprio José Sócrates. Serão eles mais do que ninguém quem levará à liça a estratégia há já algum tempo delineada. Sim: porque esta demissão foi pensada e devidamente levada a efeito, com todo um timing rigorosamente cumprido. Há muita coisa que ainda desconhecemos.

 

VI – No próprio PS, com excepção de Francisco Assis, poucos aparecerão para além dos que querem entrar nas sempre apetecíveis listas. Os restantes, participarão na campanha, a pensar na sua sobrevivência política e no próximo cavalo que liderará a corrida, depois da derrota que todos eles internamente esperam e que sabem ser inevitável.

 

VII – A campanha eleitoral será uma das mais duras de sempre, porque as acusações entre ambos os lados da barricada resvalarão para a ofensa, para a mentira e para a vitimização. Tudo devidamente condimentado com propaganda e com artificialidade. Muito ruído e pouca lucidez, como convém a um governo que não tem absolutamente nada para mostrar. É aqui que o PSD terá de ter muito cuidado para não entrar neste jogo perigoso.

 

VIII – O principal problema para a campanha da oposição será mesmo saber qual a situação real do país e das suas contas públicas, devido à manipulação dos números e das estatísticas. Sem saber a verdade dos factos, de pouco ou nada adianta fazer propostas ou atirar medidas.

 

IX – A oposição apesar da união revelada hoje, manter-se-á dividida: de um lado o PSD e o CDS interessados no poder e por isso com sentido de responsabilidade. Do outro lado, o PCP e o BE em luta entre si e contra o mundo, que é o mesmo que dizer contra todos os outros. O PS vai tentar aproveitar esta clara divisão.

 

X – O dia das eleições trará muita afluência às urnas. Quando as coisas apertam os portugueses lembram-se que têm o seu destino colectivo nas mãos e na sua participação. Depois das elevadas abstenções de eleições anteriores, talvez seja aqui visível um exemplo de crescimento da nossa maturidade democrática e um sinal que não devemos deixar para os outros aquilo que nós mesmos podemos ajudar a decidir.

 

XI – O PSD ganhará folgadamente as eleições. Mas precisará do CDS para ter uma maioria estável. Passos Coelho será primeiro-ministro e Portas novamente ministro. Resta saber se a coabitação entre duas personalidades fortes levará o país a bom porto.

 

XII – O PS sofrerá uma enorme derrota nas urnas, perdendo votos para todos os partidos. Sócrates apresentará a sua demissão e convocará um novo congresso. O PS iniciará então uma enorme travessia do deserto, onde a purga interna sobre os homens fortes de Sócrates será uma realidade. Dos escombros da guerra civil, das suas cinzas, terá que renascer um PS capaz de reconquistar a confiança dos portugueses depois do desastre da era Sócrates.

 

XIII –Sócrates desaparecerá para sempre do mapa político português e o país ficará a conhecer o verdadeiro desastre das contas públicas portuguesas.

 

XIV –Demorará pelo menos dez anos a recuperar este país. E isto se houver coragem real de mudar aquilo que precisa mesmo de mudar.



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Quarta-feira, 23 de Março de 2011

Peter: Mom's greatest fear is that your life was fun.
Sully: Tell her not to worry.

 

Um dia depois de se saber que o Dr. Madaíl foi despedido, sem apelo nem agravo e provavelmente com justa causa, do comité executivo da UEFA, o tribunal arbitral do desporto veio ilibar o Prof. Queiroz do processo kafkiano em que andou envolvido por obra e graça de uma campanha medíocre no último mundial de futebol. Entrementes, logo pela manhã, cinco nulidades candidatas a presidentes do Sporting, discutem na TSF os seus planos para salvar o clube, financeira e desportivamente. Metem pelo meio umas acusações esclarecedoras sobre o verdadeiro ambiente interno, demonstrando assim, de um modo simplório, que o clube não deve ter mesmo salvação possível. A tudo isto acrescenta-se a violência inusitada que por aí grassa, alimentada por energúmenos cuja agenda pessoal se limita a manter tudo igual na aldeiazinha que lideram, não vá o chefe da aldeia mais próxima lhes querer acabar com o protagonismo. Este é o panorama possível do futebol em Portugal quando não há verdadeiro futebol para discutir. O desporto-rei merece melhor. Ou pelo menos devia merecer.

 



publicado por Bruno Miguel Macedo às 11:44 | link do post | comentar

Terça-feira, 22 de Março de 2011

 

O Dr. Soares num singular artigo de opinião apela ao Chefe de Estado que tente evitar a crise porque só ele “neste momento, tem possibilidade de intervir, ser ouvido e impedir a catástrofe anunciada”. Fá-lo sob a forma de um “apelo angustiado”, título que só por si esclarece em parte o seu propósito, uma vez que para o Dr. Soares as coisas têm de se resolver pela calada, sem grandes sublevações populares e sem esse recurso incómodo às eleições. Não deixa de ser admirável que a opinião do Dr. Soares sobre o governo mude em escassos dias, sem grande angústia visível para além daquela que ele diz agora sentir com a “catástrofe anunciada”. Com este pormenor à parte, digamos que o Dr. Soares acaba por não comover ninguém porque apesar de todo o seu contributo para a solidificação da nossa democracia, ele já não conta ou conta manifestamente pouco, como semanalmente as suas tristes prosas comprovam. Contudo, é de referir que a angústia existe. Mas existe bem entranhada em todo o povo português, farto desta abjecta indiferença a que é sujeito por um governo autista e incapaz. Louvemos então o tempo que chegou para nos despedirmos dele (do governo) e já agora também dela (da angústia). Se por arrasto, também nos despedirmos dos artigos do Dr. Soares, então podemos dizer todos “missão cumprida”.

 



publicado por Bruno Miguel Macedo às 15:53 | link do post | comentar

 

Mergulhados num país de fantasia, onde ninguém sabe bem onde termina o lodo onde estamos efectivamente bem enterrados, há um mercado em infinita expansão: o dos reality shows televisivos.

Aos poucos, as televisões generalistas aplicam-se em copiar modelos mais ou menos grosseiros vindos de outros lados. Não é à toa que muita gentinha se dedica a esta palhaçada e à clara destruição da sua intimidade, ao mesmo tempo que revela os seus maiores medos e segredos, em troca por um certo valor pecuniário. Se repararmos bem, a venda da intimidade dá dinheiro (mais a uns do que a outros) e uma espécie de fama negativa efémera, muito do agrado do coscuvilheiro e da gente sem vidinha própria.

Agora vem aí o “The Biggest Looser”, um sucesso americano que pretende colocar obesos a perder peso sob a radical forma de dietas rigorosas e exercício físico infindável, e um outro com o sugestivo nome de “Perdidos na Tribo” que será filmado na Papua-Nova Guiné e que contará com esse sempre inenarrável José Castelo Branco, no papel principal. A imaginação é sempre o limite, ainda para mais quando este Castelo Branco, um ser indefinível e inexplicável, vive ele próprio de ser o palhaço da nossa estridente e patética tribo.

Se tivermos sorte, pode ser que ainda acabe devorado por algum espírito malévolo. Íamos rapidamente reparar que afinal não fazia cá falta nenhuma. Nem ele, nem todos os outros que se prestam ao triste papel. Se tivermos sorte.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 12:30 | link do post | comentar

As cenas de violência no futebol português sucedem-se. Ninguém se safa: dirigentes, treinadores, jogadores, claques e os diversos  criminosos que por aí pululam. A selva em que se transformou o futebol português merece reacção governativa, medidas duras e punições exemplares. E já nem os bons resultados na II divisão europeia podem continuar a caucionar esta pouca-vergonha. Está na hora de acabar com esta miséria.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 12:01 | link do post | comentar

Segunda-feira, 21 de Março de 2011

Enquanto o país praticamente arde, a D. Fátima que ganha, na televisão do Estado, à volta de 15 mil euros mês (mais mordomias diversas), propõe para hoje um “Prós e Contras” sobre as cidades, juntando o Dr. Costa, uma figura algo enigmática de Lisboa, e o Dr. Rio, presidente do Porto. Não sei o que ambos terão assim de tão diferente que os leve a estar no pró ou no contra, mas a RTP tem este governamentalizado condão de por vezes conseguir fazer de conta, assobiando para o lado, de que está tudo bem e que neste momento, o mais importante não é a crise política nem a semana mais decisiva para os portugueses dos últimos anos. Continuando assim, o “destino das cidades” bem que pode ser igual ao “destino do país” e deste programa: um sarilho completo com pouca volta a dar. Agora, de repente, lembrei-me porque é que nunca vejo esta coisa.



publicado por Bruno Miguel Macedo às 11:40 | link do post | comentar

Publius Cornelius Tacitus
To ravage, to slaughter, to usurp under false titles, they call empire; and where they made a desert, they call it peace.
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