Há uma certa ideia de que a primeira campanha presidencial de Obama incidiu acima de tudo na exploração das novas tecnologias da informação e da comunicação. De facto, foi a Internet que garantiu a Obama, por exemplo, boa parte dos donativos sempre necessários às campanhas americanas e o recrutamento de milhares de voluntários que deram o corpo ao seu manifesto.
Mas é singular que apesar de toda a panóplia de meios técnicos ao seu dispor – blogues, facebook, youtube, sites de campanha, twitter, fóruns de discussão, etc – o grosso dos recursos angariados via meios tecnológicos tenha sido canalizado para as formas mais tradicionais de caça ao voto: o dinheiro, essencialmente para comprar anúncios televisivos acoplados aos programas de maior audiência das grandes cadeias americanas; e os voluntários, para o cara-a-cara junto dos potenciais eleitores.
Obama iniciou entretanto uma nova campanha, esta de recandidatura, através de uma transmissão no Youtube. Prevê-se que venha a ter disponível qualquer coisa como mil milhões de dólares para gastar numa campanha que só terminará algures no fim de 2012.
Mas não se pense que este arranque feito num vídeo na internet irá mudar o essencial da sua estratégia. Andar na rede é importante e tendencialmente oportuno porque muito do novo activismo político tem ali nichos interessantes e porque é ali que se vai buscar parte dos fundos. Mas continuarão a ser os meios tradicionais, e aqui a televisão acima de tudo, a ficar com a maior fatia do bolo. Porque a televisão é cara, mas chega a todas as classes.
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