Depois de comodamente atirado para a quase irrelevância nas últimas eleições, o Dr. Louçã continua a sua senda profética à procura do Santo Graal que lhe garanta o soro da vida eterna. Agora pede um novo 25 de Abril com início já no próximo dia 24, dia da greve geral. Porquê? Porque é preciso “salvar a economia, salvar o respeito, salvar a democracia e trazer dignidade” e lutar “contra o empobrecimento e a exploração” e as políticas de “terra queimada”. Pelo meio, o Dr. Louçã “apenas” esqueceu-se de dar a conhecer os métodos que, temo, não difeririam muito dos processos revolucionários já conhecidos e experimentados um pouco por todo o lado.
Infelizmente, 37 anos depois do 25 de Abril original, não se vislumbra grande saída para a melindrosa situação em que Abril e as suas diatribes coloquialmente nos colocaram. E se o original não nos levou tão longe quanto o desejado, não se percebe por que razão uma fotocópia faria melhor. Aliás, o Dr. Louçã vive da RCA (Repetição Comunicacional Assistida), onde o disparate, para além de divertido, parece render votos ao adversário na exacta proporção com que se sonha com revoluções. Que continue este magnífico trabalho até porque, confesso-vos, o Dr. Louçã é o único comediante deste país que ainda me faz rir.
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