Hoje, na pausa da manhã, a televisão do café exibia a TVI e um programa de nome “Você na TV”. Os dois apresentadores – Goucha e uma senhora que não reconheço – falavam com Lili Caneças, Cinha Jardim e com um tipo novo – que não faço a mínima ideia de quem seja – sobre pessoas do “jet set nacional”.
Presumo que o indígena gosta mesmo de saber da vida dos outros e que adore este género de intriga mesquinha fomentada por gente “conhecida” e com idade para ter “juízo”. Presumo ainda que o indígena vibra com semelhantes dislates e com a assunção plena do que são vidas comovedoramente boçais e desinteressantes. No fundo, sempre presumi que o indígena vive mais preocupado com a aparência em detrimento da essência. Porque só isso fundamenta que o indígena em vez de se preocupar com a sua vidinha e em resolver os seus problemas, perca tempo siderado, e iludido, com a vidinha insonsa dos outros. E ao olhar para a Lili Caneças, disfarçada com menos 20 anos, dei comigo a pensar no enorme vazio que deve ser aquela existência. E quase que senti pena.
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