Ontem, dia da Restauração, o dia foi aproveitado para que alguns se insurgissem contra o fim do feriado. O presidente da Associação História da Independência de Portugal (?), João Alarcão Troni, disse, por exemplo, que o fim do feriado era um “murro ao patriotismo”. O Sr. José Pinto Coelho, do PNR, por seu turno, considerou o fim do feriado como “uma barbaridade”, propondo que se acabe antes com o 25 de Abril “porque é o único feriado que não nos faz falta nenhuma”. Infelizmente, apesar de todas estas diatribes nacionalistas e este espírito meio desconchavado e medieval, nenhum dos dois percebeu que não é o fim de um feriado que nos deixa mais ou menos independentes. Vivendo com as ordens de funcionários superiores, há muito que trocamos o orgulho da “independência” (sob qualquer forma) por dinheirinho fresco a juros modestos. E se o programa da troika assinado e aceite pelos principais partidos, não era suficiente para que todos nós entendêssemos o que está em causa, hoje, a D. Merkel da Alemanha, já veio assumir que quer uma refundação dos tratados para meter, presumo que de uma vez por todas, a gentinha indisciplinada na ordem. Portanto, se antes do anúncio, o que restava da nossa soberania era já manifestamente muito pouco, agora, depois do anúncio, parece-me evidente que será manifestamente nada. Logo, o dia da restauração é uma falácia. E é só a primeira delas.
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