Os que garantem que os Mirós têm mercado são os mesmos que garantem que o Fernando Tordo é um injustiçado. Esta aparente incongruência demonstra e resolve os seguintes pressupostos:
1- Que um cantor vive do seu trabalho, logo dos discos que vende e das receitas que faz pelos seus espectáculos.
2- Que um museu vive ou de mecenas, ou de receitas de bilheteira e outras associadas ao próprio museu.
3- Não estando garantidos os pontos 1 e 2, o Estado (os contribuintes) tem de financiar ou sustentar estas actividades.
4- Que 99% daqueles que tanto se insurgem contra a emigração do Fernando Tordo, não têm discos dele (comprados, não pirateados) e nunca assistiram aos seus concertos (pagando, e não indo de borla ou como convidado).
5- Que 99% dos que gritam contra a venda dos Mirós, não distingue um Miró de um Picasso. Eu também não distingo.
6- Que ninguém em Portugal está disposto a pagar um cêntimo para ver, ouvir ou ler seja o que for.
7- Que o destino quer dos quadros, quer do Fernando Tordo, é ir para o estrangeiro porque não está garantido o ponto 3.