1- Como é natural, quando há um défice excessivo e não se corta na despesa, a fórmula que sobra é fazer crescer a receita. Logo, vai haver aumento de impostos.
2- Esse aumento de impostos, pelo que nos é dado ver, vai incidir sobre os combustíveis, a compra de automóveis, a banca, o álcool, o tabaco, os lucros das empresas, o IMI dos fundos imobiliários e as heranças e sucessões, sem falar em tudo o resto que já existe.
3- Isto tem consequências no desenvolvimento do país porque um aumento de impostos significa menos dinheiro disponível do lado dos contribuintes e dos investidores.
4- Uma projecção pode estar imbuída de dois defeitos: um primeiro prende-se com o excesso de optimismo; um segundo tem que ver com as variáveis incontroláveis que militam na equação. (Por exemplo, não houve uma única alminha que tenha previsto a derrocada do preço do petróleo, mas ela aconteceu)
5- Dizer que o défice vai ser de x ou y, que o desemprego vai ser de a ou b ou ainda que a dívida pública vai ser de t ou w, é um exercício teórico que pode não ter correspondência com a realidade. Na verdade, qualquer mudança nas variáveis da equação provoca efeitos no resultado da mesma, incluindo em outras variáveis que nem constam da equação, o que obriga a um permanente refazer da mesma.
6- Numa situação de impostos altos, o mais natural é que o investimento diminua e o desemprego aumente. A não ser que o governo esteja a pensar injectar dinheiro (que não há) em obras públicas (que não estão previstas), não se percebe como é que se vai minimizar o efeito do desemprego (quando ainda por cima aumentou o salário mínimo e mudou as regras de contratação).
7- Não se percebe, mas não quer dizer que não aconteça. Mas um acontecimento inesperado é uma coisa, um caminho inexplicável é outra bem diferente.
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